quarta-feira, 25 de abril de 2007

"A Ilha" de Aldous Huxley


A Ilha de Pala, a "ilha proibida", é a descrição de uma nova sociedade, tal como a vê Aldous Huxley. Aí, funde-se o melhor de todos os mundos já realizados dentro das várias culturas e os de potencialidades ainda não realizadas, num misto de budismo com novas teorias científicas, biológicas e éticas.

A medicina conjuga todos os conhecimentos sobre a anatomia, a bioquímica, a psicologia, e o espírito e a sua ligação à fonte de vida, resultando numa resposta completa das causas e efeitos das doenças e dos acidentes, nos seus lados físico e psicológico.

A sexualidade é vista como "um meio psicofísico de alcançar um fim transcendente", e é ensinada na escola sob a forma do maituna, ou seja, o ioga do amor. Toda a educação é uma exposição bastante concreta de problemas como a ecologia, as relações interpessoais e a gestão das próprias emoções.

O trabalho faz também parte da educação e é incentivada a variedade de profissões para que toda a gente aprenda "acerca das coisas, das técnicas e das organizações, acerca de todos os tipos de pessoas e da sua maneira de pensar".

A religião é encarada como uma forma de auto conhecimento, na qual os deuses perdem o carácter omnipotente. "Os deuses são todos forjados pelo Homem e somos nós quem lhes puxa os cordelinhos e lhes confere, com esse acto, o direito de puxarem pelos nossos".

Há, por isso, um sentido de espiritualidade antes ligado à natureza e à força do próprio eu. "Se as preces são ouvidas é porque, neste nosso singularíssimo mundo psicofísico, as ideias, quando nelas concentramos o nosso espírito, possuem uma tendência para a concretização".

O alpinismo, como manifestação da onipresença da morte e instabilidade da vida, e o moksha, uma substância extraída de cogumelos e que provoca visões e um acréscimo de consciência, são experiências de iniciação à autoconsciência e à revelação do mundo.

A pintura, essencialmente paisagística, não é subordinada a alguns artistas conceituados, mas sim a expressão de todos os que queiram partilhar uma experiência mais elevada que se converte em meditação para os que a contemplam.

Os habitantes desta ilha maravilhosa são constantemente despertados pelos minas, os pássaros que repetem frases como "atenção" e "aqui e neste momento", lembrando a importância de agir no momento presente.

Os problemas que impedem a concentração e a compenetração completa do ser são trabalhados através de uma psicologia bastante particular: os assuntos perturbantes são relatados e repetidos diversas vezes até que o "paciente" consiga perceber a insignificância desse episódio em todo o contexto da sua vida, e todas as pessoas que impliquem sentimentos negativos, são distorcidas num jogo mental até adquirirem um aspecto cómico e serem espezinhadas na "dança de rakshasi".

Este romance é uma antevisão, algo utópica, do que poderia atingir a humanidade, se guiada pelo estado nascente proposto neste trabalho. Daqui surgiu a ideia da sua adaptação, reforçando a ideia de um teatro que estabelecesse a relação do público com a sociedade, servindo como despertador espiritual.

As cenas adaptadas deste romance foram escolhidas, também por este motivo. São três sequências que representam diálogos entre duas personagens principais: William Farnaby e Susila Macphail.

William Farnaby é um jornalista inglês que naufraga em Pala, a ilha onde todos os jornalistas tentam chegar sem grandes resultados. Aqui, Will tentará aproveitar a "feliz coincidência" para cumprir o seu intuito de investigar o petróleo existente na ilha e a possibilidade de futuras negociações com Inglaterra. Susila Macphail é uma nativa da ilha, que ensina psicologia na escola primária, sendo também responsável pelo apoio psicológico e orientação espiritual dos pacientes em casos graves.

Durante estas cenas o público terá algum contacto com o tipo de mentalidade dos naturais de Pala, assim como assistirá à consequente transformação das personagens: Will, muda porque aprende a conhecer-se melhor e a ultrapassar os conflitos com o seu passado, Susila, porque aprende que, apesar de todos os conselhos sábios que aprendem na ilha, o passado nunca se poderá alterar e é sempre difícil lidar com ele.

Will representa a sociedade atual, o progresso e a subsequente desumanização das relações interpessoais, Susila representa a possibilidade de uma cura para essa situação, sabendo, no entanto, que apesar de grande parte do nosso sofrimento ser inflingido por nós próprios e apesar de termos algum controlo sobre as nossas vidas, há circunstâncias sobre as quais não podemos agir, sendo, por isso, fundamental viver no presente, para menos termos de lamentar no futuro.

Um fato curioso, é o de o autor ter chamado Will à personagem principal do romance. Will significa desejo, determinação, vontade, energia e entusiasmo, num sentido lato representa um poder de escolha, ou uma acção ou intenção deliberadas que resultam do exercício desse poder. Não quererá Huxley dizer que o futuro apenas depende daquilo que estivermos dispostos a fazer por ele?

Copiado e colado de (http://www.cultkitsch.org/cultura/literatura/estado_nascente_files/estado_nascente.htm)

TRILOGIAS

O que caracteriza uma trilogia que se torna cult? É simples: um diretor foda, atores carismáticos e marcantes e um tema muito foda, daqueles que não se esquece ou dos que geram polêmica...

Aqui vão algumas das trilogias no cinema que considero essencias:

- Star Wars / Guerra nas estrelas ( George Lucas )
[a antiga e a nova: Uma nova esperança(4),O Império contra-ataca(5),O retorno de Jedi(6),A ameaça fantasma(1), Ataque dos clones (2)e A vingança dos Sith(3)];
- do Pistoleiro sem nome ( Sergio Leone )
[Por um punhado de dólares, por uns dólares a mais e O bom, o mau e o feio];
- O poderoso chefão 1, 2 e 3( Francis Ford Coppola );
- O Senhor dos anéis ( Peter Jackson )
[A sociedade do anel, As duas torres e O retorno do rei];
- dos Zumbis ou dos mortos-vivos ( George Romero )
[A noite dos mortos-vivos, Despertar dos mortos e Dia dos mortos];
- dos Mariachis ( Robert Rodriguez )
[El Mariachi,A balada do pistoleiro e Era uma vez no México];
- do justiceiro estrangeiro ( Sergio Corbucci )
[Django,Os violentos vão para o inferno,Companheiros!];
- do apartamento ( Roman Polanski );
- Igualdade, Liberdade e Fraternidade ( Krystof Kieszlowski );
- Alejandro Jodorowski [El topo, Fando y Lis e A montanha Sagrada];
- Matrix 1(o melhor), 2 e 3 ( Irmãos Wachowski );
- Superman 1, 2 e 3 (O 4 e o novo não contam...);
- Rocky 1, 2 e 3;
- Homem-Aranha
1, 2 e 3 ( Sam Raimi );
- X-Men
1, 2 e vá lá, o 3;

Outras trilogias esquecidas por favor postem aí pra me lembrar...

FAROESTE-ESPAGUETE

A história do Velho Oeste norte-americano foi retratada no cinema mostrando sempre muito heroísmo e bravura, obviamente com filmes feitos pelos próprios americanos, contando sua história da maneira que lhes convém melhor. Seus mocinhos, confederados e caçadores de recompensa eram homens rudes e dispostos a tudo por dinheiro ou honra,e como se sabe, a conquista do Oeste foi muito manchada de sangue.
No fim dos anos 60, os italianos criaram seu próprio estilo de faroeste. Apelidado de"western-spaguetti", o gênero criou ídolos ao redor do mundo. Sem os típicos heróis americanos, eram faroestes mais sombrios, cheios de anti-heróis e menos comprometidos com a cultura americana, mas eram ao mesmo tempo descaradamente americanizados.
Algumas características cinematográficas também eram comuns a esses filmes. A utilização de dois tipos de câmeras, a Technicolor para cenas próximas e com grandes closes, e a Techniscope para cenas de longe e de paisagem , com grandes visuais dos desertos. A maioria dos atores eram dublados, pois eram em sua maioria italianos,espanhóis, etc. Só os americanos falavam no original. A trilha sonora era um fator importantíssimo também, com trilhas sombrias, e às vezes até épicas, utilizando diversos instrumentos com até a guitarra e inspiradas em música clássica, música de igreja, e também músicas folclóricas, comespecial destaque nessa área para Ennio Morricone , que assinou a trilha de 80% dos filmes de faroeste italianos, e quando não era ele era um de seus seguidores. As equipes técnicas dos filmes, e os roteiristas, costumeiramente trabalhavam em vários filmes, e muitos atores e diretores inventavam nomes americanos , e apareciam creditados diferentemente em vários filmes.
Tudo começou na verdade com dois filmes, que saíram quase ao mesmo tempo em 1965: "Por um punhado de dólares" (For a fistful of dollars/Per um pugno di dollari) e "Django". O filme "Por um punhado...", de Sergio Leone, é considerado por muitos hoje o marco do gênero, e foi também o filme onde foi revelado o talento de Clint Eastwood. Conta a história de um Pistoleiro sem nome, e rápido no gatilho, no primeiro de uma trilogia de filmes com o mesmo personagem, chegando numa cidade dividida entre duas gangues, colocando uma pra brigar com a outra até que se vinga de todos no final. Os outros são "Por uns dólares a mais" (For a few dollars more/Per qualche dollaro in piú
) e "O bom, o mau e o feio" (Três homens em conflito/The good, the bad and the ugly/Il buono, il bruto e il cativo), este considerado por muitos o melhor filme do gênero.
Já em Django, que saiu no fim do mesmo ano, faz parte de outra trilogia de outro diretor, Sergio Corbucci, esta com outro astro: Franco Nero. O Pistoleiro negro que volta da quase morte para se vingar, arrastando um caixão pelo deserto com uma surpresinha para seus inimigos: uma puta metranca!
Outros filmes foram marcantes no gênero, com destaque para os atores Lee van Cleef (vilão e herói de vários filmes, como O Bom,... e Sabata), Charles Bronson (Era uma vez no Oeste), Tomas Millian e Klaus Kinski. E merecem destaque os já citados Sergio Leone e o Corbucci, Giulio Petroni (A morte anda a cavalo)e Ferdinando Baldi. E também merecem lembrança os roteiristas Fulvio Morsella, Luciano Vincenzoni, Dario Argento e Bernardo Bertolucci, além dos próprios diretores.

Segue aqui uma lista com alguns dos clássicos e essenciais filmes do gênero:

-Por um punhado de dólares;
-Por uns dólares a mais;
-Três homens em conflito ( O bom, o mau e o feio );
-Quando explode a vingança;
-Era uma vez no Oeste;
-Meu nome é ninguém;
-A morte anda a cavalo;
-Django;
-Os violentos vão para o inferno;
-Companheiros!;
-Keoma;
-Viva Django!;
-Django, o bastardo;
-Sabata;
-Sabata, adeus;
-E Deus disse a Caim...;
-a série de filmes Trinity;
-os outros filmes toscos de Django;

Depois eu posto mais uns filmes por aí...